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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O dia em que a Internet foi parcialmente desligada

Em uma ação sem precedentes, o governo do Egito derrubou todas as comunicações via internet com o exterior





Os protestos contra o governo do ditador egípcio Hosni Mubarak, há 30 anos no poder do país, atingiram uma escala sem precedentes na história quando a autoridade máxima do Egito decidiu puxar o plugue da internet e dos serviços de comunicação.

Pela primeira vez na história um governo nacional cortou absolutamente todas as comunicações via internet de um país, o que era impensável para muitos especialistas em tecnologia.

Os serviços dos quatro grandes provedores de internet egípcios – Link Egypt, Vodafone/Raya, Telecom Egypt e Etisalat Misr foram cortados na madrugada desta sexta-feira, segundo informam agências de notícias de todo o mundo.

O blog da empresa britânica especializada em segurança de rede, Renesys, registrou uma queda em virtualmente todas as rotas que levam a rede ao Egito, bloqueando qualquer caminho pelo qual o resto do mundo poderia entrar em sites do país – todos os endereços de internet estão inacessíveis.

Um único provedor de serviço foi mantido ativo pelo governo. O Noor Group tem a totalidade de suas 83 rotas ativas para seus consumidores. O motivo, segundo a Renesys, pode ser o fato de que sob o grupo está hospedada a Bolsa de Valores local. O governo poderia estar tentando evitar um possível colapso econômico, plausível no caso de o mercado financeiro sofrer um apagão de comunicações.

O site lembra outras situações onde houve bloqueio governamental: a Tunísia, por exemplo, bloqueou algumas rotas para sites específicos. Já no Irã, a banda de acesso à rede é mantida a níveis mínimos. Nada, porém, se compara ao que aconteceu no Egito.

Especialistas já se mostram preocupados com o precedente aberto pelo Egito. Em países onde o acesso à internet está nas mãos de poucos provedores o golpe seria possível, mas pouco provável onde o acesso é descentralizado, como aponta Jim Cowie, executivo de comunicações da Renesys, em entrevista para a Reuters: “Quantas pessoas seriam necessárias para tirar a internet do ar em um país como os EUA? Centenas? Milhares? Nós temos tanto acesso aqui que é possível criar uma pequena internet particular”, aponta.



Mas é importante lembrar que mesmo nos EUA existem legisladores interessados em criar um botão de “desligar” para a internet em caso de grandes ameaças. Só não ficam claras quais seriam essas ameaças.
 
 

Como o Orkut pode se manter na frente do Facebook




O Facebook, recentemente avaliado em 50 bilhões de dólares, vê oportunidade de ampliar seus negócios publicitários para além do segmento de jogos, declarou Dan Rose, diretor de negócios da rede social, nesta segunda-feira. "À medida que mais e mais atrações se tornem 'sociais', haverá oportunidades para nós, do ponto de vista publicitário", afirmou o executivo. Ele acredita que música e vídeo podem se tornar os próximos conteúdos a serem compartilhados de forma "social".

A empresa, liderada pelo jovem Mark Zuckerberg, criou uma fonte de renda significativa com base em jogos sociais. Graças a iniciativas como a da produtora Zynga, o site consegue manter uma audiência cativa de pessoas interessadas em títulos como FarmVille e CityVille. "Para uma companhia de games, o Facebook é de longe a mais eficiente plataforma publicitária", disse Rose durante conferência de mídia Digital Life Design, em Munique, na Alemanha.

De acordo com documentos enviados neste mês pelo banco Goldman Sachs a potenciais investidores, o Facebook obteve lucro de 355 milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2010. No mesmo período, o faturamento chegou a 1,2 bilhão de dólares.


Outro pequeno artifício que auxiliaria usuários seria a criação de URLs personalizáveis. Exemplo: para encontrar VEJA no Facebook ou Twitter, basta digitar http://facebook.com/veja ou http://twitter.com/veja. O Orkut até acena com a possibilidade de tal mudança, mas, por ora, o site destina tal ferramenta apenas a um seleto grupo, como a comunidade oficial do site. Resta franquear poder ao usuário.

Alterar a política restritiva de conteúdos
Desde dezembro, comunidades criadas no Orkut são exibidas entre os resultados de busca do Google. Foi a primeira tentativa de tornar público um espaço que, até então, era restrito à rede social – e uma estratégia que pode atrair desenvolvedores, programadores e agências de propaganda, que também podem oferecer dinamismo ao site. Falta, agora, deixar público e visível aos motores de busca os populares aplicativos disponíveis na rede – estratégia já desenvolvida pelo rival Facebook.

Atrair novos serviços
Em outubro, o Google revelou aos desenvolvedores brasileiros uma integração do Orkut com o Jambool, plataforma de pagamentos on-line adquirida pela gigante de buscas em 2009. Em tese, qualquer programador que desenvolvesse serviços para a rede social teria a possibilidade de inserir ferramentas de cobrança nos seus programas.

O primeiro passo foi dado. Contudo, profissionais da área relatam inúmeras dificuldades com a criação de aplicativos no site. A principal delas incomoda o maior interessado: o usuário. Muitos adeptos da rede reclamam de problemas envolvendo instabilidade de aplicativos e games.

Resta ao Orkut, portanto, solucionar o ruído – pequeno, porém indispensável. Analistas e pesquisadores de mídia defendem que as pequenas empresas voltadas ao desenvolvimento de serviços no Twitter e Facebook sejam as maiores responsáveis pelo crescimento vertiginoso desses sites nos últimos dois anos. De fato, graças à política de API pública, que permite que desenvolvedores independentes criem aplicativos a usuários em todo o mundo, produtoras como a empresa de games Zynga se popularizaram rapidamente. Recentemente, o jogo CityVille, da própria Zynga, ultrapassou a barreira dos 100 milhões de usuários, consolidando o posto de mais popular do Facebook. O Orkut poderia aprender a lição.


Fonte: Veja